23 de julho de 2014

Morre o escritor Ariano Suassuna, aos 87 anos

O autor havia sido internado na noite de segunda-feira no Hospital Português, no Recife, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC)


O escritor paraibano Ariano Suassuna morreu nesta quarta-feira, aos 87 anos, no Recife. Ele havia sido internado na noite de segunda-feira, no Real Hospital Português, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico. Seu quadro clínico se agravou no dia seguinte, com queda da pressão arterial e pressão intracraniana muito elevada. Suassuna estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neurológica da unidade, em coma e respirando com ajuda de aparelhos. 
Nascido em 16 de junho de 1927, em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, capital da Paraíba, ele cresceu no sertão paraibano e mudou-se com a família para Recife em 1942. Seus contos, livros e peças já foram adaptados diversas vezes, como O Auto da Compadecida, que em 1999 foi exibido em formato de minissérie pela TV Globo, e no ano seguinte, a obra foi adaptada para o cinema por Guel Arraes, em filme protagonizado por Matheus Nachtergaele e Selton Mello.
Desde 1990, ele ocupava a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o barão de Santo Ângelo. Ele também integrava a Academia Paraibana e a Academia Pernambucana de Letras. O escritor foi secretário de Cultura de Pernambuco de 1994 a 1998, durante o governo Miguel Arraes, e também atuou no mesmo cargo como secretário especial do ex-governador Eduardo Campos, neto de Arraes. Amigo da família de Campos, Suassuna declarou seu apoio à candidatura do político do PSB à Presidência da República. 
Biografia – O pai do escritor, João Suassuma, foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro durante a Revolução de 1930, e ele próprio se envolveu com política durante toda sua vida. Em 1946, o escritor iniciou o curso de direito na Faculdade de Recife, onde conheceu Hermilo Borba Filho, com quem viria a fundar o Teatro do Estudante de Pernambuco. No ano seguinte, ele escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol.
Desde que se formou, em 1950, até 1956, ele dedicou-se à advocacia, sem nunca abandonar o teatro. Foram escritas nesta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e, especialmente, Auto da Compadecida (1955), seu texto mais famoso até hoje. Drama passado no Nordeste do Brasil, a peça mistura elementos da literatura de cordel, cultura popular e tradição religiosa. Sua escrita tem traços de linguagem oral, que demonstram na fala do personagem sua classe social e sua origem. Em 1956, Suassuna abandonou a advocacia para tornar-se professor de estética na Universidade Federal de Pernambuco e dedicou-se à vida acadêmica por muito tempo.
A obra de Suassuna é tema recorrente da cultura popular brasileira. No Carnaval de 2013, oAuto da Compadecida foi tema do samba enredo da escola paulistana Pérola Negra. O mesmo já havia ocorrido em 2002, quando o escritor foi tema da escola carioca Império Serrano, e em 2008, da paulistana Mancha Verde. Ele era torcedor fanático do Sport Club do Recife. 
Do Veja


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